Re-Apreender a dizer não

Re-Apreender a dizer não

 

Uma das palavras que mais escutamos, desde muito cedo, em nossas vidas é a palavra “NÃO”. Ela é usada quando uma criança, por exemplo, esta por fazer algo prejudicial. O “NÃO”, neste caso, mostra um limite a ser assimilado. Sem limites seria difícil viver em sociedade.

Algumas pessoas, por outro lado, têm dificuldade de falar “NÃO” às solicitações do dia-a-dia. A explicação para tal fato é que no decorrer de nossas vidas vamos fazendo uma correlação entre dizer “NÃO” e sermos egoístas.

A diferença entre ser egoísta e impor limites a uma dada situação é:

Egoísta é aquele que trata excessivamente de suas comodidades sem consideração aos interesses das outras pessoas.
Impor limites significa pensarmos em nós, nas nossas necessidades e isto muitas vezes vai contra os desejos das outras pessoas.

Quando vamos contra os desejos de alguém poderemos ser rejeitados e é difícil se sentir rejeitado. É mais fácil aceitar tudo dizendo “SIM” e deixar de lado aquilo que verdadeiramente sentimos e queremos.

Perder o equilíbrio e viver em função das necessidades de alguém se torna uma forma de sermos aceitos. Pensando assim, passamos a ser aquela pessoa “boazinha”, aquele que é “pau para toda obra”, que está sempre disponível, aquele é capaz de mudar todos os seus compromissos, por mais importante que sejam, para ajudar, sendo capaz de se prejudicar gravemente para cumprir uma solicitação alheia.

Criamos assim uma “contabilidade” de aceitação, ou seja, se formos “bonzinhos” seremos amados.

A vida não funciona assim. Quando ajudamos ou somos solidários, fazemos isto por nossa conta e risco. Necessariamente, as pessoas não são obrigadas à reciprocidade afetiva, e quando esta permuta de aceitação não acontece sofremos, nos sentimos explorados, ficamos decepcionados e bravos conosco.

Ser “bonzinho” não é moeda de troca para aceitação e amor.

Reverter este processo nos dá medo, não é fácil, mas é possível. Todas as vezes que dissermos “SIM” a alguém, em detrimento às nossas necessidades e sentimentos, estaremos dizendo “NÃO” a nós mesmos.

As pessoas nos amam e aceitam por aquilo que somos.

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